Os 10 melhores programas para ilustração
São tantas as opções. É normal ficar perdido sobre qual usar
Não é de se admirar que o mercado que antes era dominado pelo Photoshop iria, cedo ou tarde, ficar saturado de opções. São tantos programas para se fazer ilustração digital e/ou vetorial que esse post ficaria gigantesco. Por isso precisamos fazer uma Navalha de Ockham (googlem isso!) pra definir os 10 mais relevantes.
Para entender como vamos apresentar os programas vamos usar o seguinte:
a) Nome: o nome do programa
b) Categoria: simulação de tradicional ou vetorial
c) Licença: livres (grátis) ou pagos
d) Empresa: A empresa que criou e ou cuida do programa
e) Plataforma: Windows, OS (Mac) e Linux
f) Texto: Um pequeno texto sobre a usabilidade, onde se pede o mínimo necessário pra um ilustrador conseguir finalizar um trabalho. Logo, estão excluídos todos os que simulam o antigo MSPaint e os que são apenas skins de outros programas como a versão JUMPComics do MediBang.
g) Preço: $ (Grátis) a $$$ (Muito Caro)
h) Nota final: 0 (Esqueça) a 5 (Recomendado)
i) Dica: Uma dica sobre o programa
Se ficou tudo claro? Vamos lá.
1 | Adobe Photoshop (Simulação/Pago)
Adobe Systems (Win/OS X)
O primeiro nome que veem a cabeça quando se pensa em ilustração é o carro chefe do Adobe Creative Cloud. Com o passar dos anos o Ps perdeu o perfil de apenas ser editor de imagens e virou uma espécie de hub de atividades criativas. Ele possui tantas opções que é capaz até de fazer animações e menus de DVD, as duas opções desde a versão CS. No campo das ilustrações o que torna o PS superior aos outros programas é o suporte, a estabilidade e a comunidade que disponibiliza patchs e plugins que simulam pinceis, telas e efeito gráficos, alguns pagos, mas a ampla maioria gratuitos.
Um ponto negativo são os avanços. Desde a versão CS4 de 2010 nenhuma grande mudança foi registrada no programa, que apenas ganha na conectividade e velocidade de processamento tornando cada vez mais rápido. A dica é evitar as versões piratas e não reclamar dos infinitos crash que elas dão.
Preço: $$$
Nota final: 4,5 (Recomendado)
Dica: Se você for estudante, professor de Design ou áreas afins pode ter até 60% de desconto na assinatura anual do Creative Cloud.
2 | Adobe Illustrator (Vetor/Pago)
Adobe Systems (Win/OS X)
O “Photoshop dos vetores”, o irmão do meio da trindade Adobe (Ps, Ai e Id). Pouca gente sabe, mas o Illustrator surgiu como um exclusivo de Mac e teve uma origem conturbada. Em 1995 o programa foi desenvolvido pra ser um meio termo entre os programas de desenho e os de modulação como o famoso AutoCAD. Usando uma curva de aprendizagem mais simples baseada em formas geométricas e Curvas de Bézier. O Ai é hoje o maior responsável pela briga Adobe x Corel, pois tem no CorelDRAW o seu concorrente direto.
Para iniciantes no mundo da ilustração os princípios são confusos e exigem uma atenção maior, pois diferente do Ps, a necessidade de camadas quase infinitas nos desenhos mais complexos confunde e afasta usuários casuais, por outro lado um pouco de esforço e alguns tutoriais disponibilizados pela própria Adobe, tornam o programa uma verdadeira mão na roda na arte vetorial.
Preço: $$$
Nota final: 3,0
Dica: Procure tutoriais no próprio site da Adobe e destrinche desenhos prontos em sites como Freepik, assim você aprende como se chegou em determinado resultado e consegue replica-lo em suas produções.
3 | Krita (Simulação/Gratuito)
KDE (Linux/Win/OS X)
O Krita hoje se vende como um editor gráfico ideal para quem faz HQs. Isso graças a parceria da desenvolvedora KDE com o ilustrador francês David Revoy Eu falo mais dele neste texto abaixo.
Um programa open source e multiplataforma, tem na sua comunidade sua maior força. Um grande exemplo é a vitória sobre os maiores calos do programa livres: o esquema de cores RGBA, Cinza, CMYK, Direito, YCbCr, XYZ em 8 bits inteiro, 16 bits inteiro, 16 bits de ponto flutuante, 32 bits de ponto flutuante, profundidade de 8 a 32 bits em cada canal, layers pseudo infinitos, gestão de cores, transparência avvid customizada, filtro de equilíbrio de cores, ferramentas de clone para camadas bases e abrir e fechar arquivos nos formatos PSD e PSB (exclusivos do Photoshop). Sem falar na infinidades de patchs e plugins, alguns funcionando até melhor do que o Ps, fazendo dele o mais perto do que se pode conseguir de um editor de imagens de forma gratuita.
Preço: $
Nota final: 4,0
Dica: No site do ilustrador David Revoy tem dicas, tutoriais e patchs que melhoram muito a experiência do programa. Tudo em inglês.
4 | Inkscape (Vetor/Gratuito)
The Inkscape Team (Linux/Win/OS X)
O Inkscape é para o Illustrator o que o GIMP é para o Photoshop? Bom, mais ou menos. Ele surgiu no que chamamos de fork, um projeto feito a partir de um código fonte de outro, nesse caso o do Sodipodi. Seu diferencial é a interface que dialoga muito mais com o do Corel do que o Ai e ter planificações 3D nativamente, o que torna fácil fazer coisas do tipo com ele.
Outro diferencial é a possibilidade de trabalhar com imagens em PNG, nesse caso é necessário anexar as imagens assim como no Ai e no Id e a rasterização ou conversão em pontos que também é possível, funcionando de forma até adequada.
O programa é leve e muito intuitivo, mais até do que seus irmãos vetoriais. Apesar das instabilidades, no caso de ilustração o Inkscape ganha vários pontos de uso tornando ele um dos melhores programas open source disponíveis hoje.
Preço: $
Nota final: 3,0
Dica: Apesar de ainda possuir problemas na importação. O Inkscape consegue abrir arquivos no formato Ai e PSD.
5 | CorelDRAW (Vetor/Pago)
Corel Corporation (Windows)
O canadense CorelDRAW que foi por muitos anos o rei da área de vetores, mas hoje é o ator principal do “bolacha x biscoito” do design gráfico.
A proposta do CorelDRAW é completamente diferente de todos os seus concorrentes. Ele segue uma linha de simplificação de interface trazendo elementos comuns com outros programas, mas apenas para os usuários avançados. Buscando um mix de edição de imagens, vetorização e diagramação, tudo num hub em conjunto com os seus programas irmãos como o Corel Photo-Paint instalados em conjunto.
Mais leve, porem menos instável, o programa é alvo de um certo bulling da internet devido aos seguidos crashs e o seu tempo de resposta que faz o computador fritar em segundos. Outro ponto contra é o tamanho do arquivo que tende a inflar desnecessariamente, pois diferente dos outros programas do tipo que tomam emprestado os arquivos por metalinks o Corel insere os arquivos diretamente na prancha em sua totalidade tornando o processo prático, porém perigoso.
Isso se não contarmos a maldita retrocompatibilidade que inexiste no programa, ou seja, se você fizer um trabalho em na “versão 19” ela não vai abrir de maneira nenhuma numa “versão 12”, mesmo que seja apenas um quadrado com um circulo vermelho no centro.
Apesar de tudo isso, eu utilizo o Corel pra criar ilustrações até hoje e num momento oportuno faço um texto de defesa desse programa que marcou tanto o meu trabalho como um todo.
Preço: $$$
Nota final: 3,5
Dica: As versões mais atuais têm preços que superam os R$ 1.000,00 porém a Corel Corporation tem um sistema de anistia que torna possível tem a licença de versões anteriores por até 60% de desconto do valor. Vale a pena conferir.
6 | Paint Tool SAI (Simulador/Gratuito?)
Systemax Software Development (Windows)
O japonês Paint Tool SAI é famoso no Brasil devido aos seus vários hacks de fácil acesso. Na verdade o programa foi desenvolvido para ser usado em telas de desenho por mangakas japoneses sendo por isso admirado por aspirantes a profissão. Devido a sua versão de 30 dias ser facilmente hackeada ele tem várias versões, até em português, enquanto o original só tem suporte para japonês e inglês e uma licença custando ¥5.400,00 (algo em torno de R$150,00).
O programa tem como destaque a facilidade de manuseio, sua curva de aprendizagem bastante simples, a comunidade que cria diversos pinceis para o programa e a sua leveza. O arquivo de instalação tem absurdos 2.4MB de tamanho.
Seria impossível não citar o grande causador das maiores contendas nas redes sociais na época em que o programa ganhou notoriedade: a correção de traço. O recurso pode até ser desligado, mas a ferramenta de correção faz um ajuste no traço deixando ele mais “arrumado”, o que criou uma geração de ilustradores medianos que conseguiam resultados muito bons e a fúria de ilustradores profissionais que viam no programa uma afronta a ideia de que é o estudo e o aprendizado nos torna melhores, já que o SAI corrigia defeitos que só seria superados com muita prática.
Preço: $$
Nota final: 2,5
Dica: Honestamente, não vale a pena a versão paga em detrimento ao suporte da comunidade de usuários, pegue a versão hack e seja feliz.
7 | CLIP Studio Paint (Simulador/Pago)
Celsys (Win/OS X)
Também conhecido como Manga Studio ou Comic Studio no Japão (o que é um ironia das bravas). O Clip Studio Paint tem o objetivo de ser a ferramenta definitiva para a criação de quadrinhos. Enquanto o Photoshop necessita de diversos plugins e o SAI tem recursos limitados o Clip vem com simulações dos mais diversos pinceis, indo da aquarela à tinta óleo passando pela clássica G-Pen japonesa. Se existe um programa que o custo/beneficio é superior, esse é o Clip Paint.
Um dos seus recursos mais interessante são os materiais, simulando cenários, mesas e até mesmo pessoas. Os manequins podem ter roupas que são baixadas no site oficial e se movimentam completamente tornando possível recriar QUALQUER pose, desde q ela seja fisicamente possível.
A interface é confusa. Seria necessário uma tela gigante ou mesmo uma lupa pra acompanhar tudo que acontece. Ainda assim o Clip Studio é hoje o melhor programa para ilustração 2D pago.
Preço: $$
Nota final: 4,0
Dica: A Smith Micro, a distribuidora do programa faz com frequência promoções de até 70% de desconto da licença digital do programa. Foi assim que consegui a minha. Recomendado.
8 | MediaBang Paint (Simulador/Gratuito)
MediaBang (Win/OS X/Android/iOS)
A proposta do MediaBang é a mesma do ClipPaint, mas ganhando no quesito conectividade. A ideia é começar um projeto numa interface como o PC por exemplo, e ser possível continuar no celular ou num Mac e vice-versa.
Disponível originalmente em 8 idiomas (Inglês, Chinês Tradicional, Chinês Simplificado, Espanhol, Português de Portugal, Russo, Francês e Coreano), o programa possui pinceis com sensibilidade e ajuste como o SAI, interface e camadas com variações como o Photoshop, vários arquivos da comunidade disponíveis para download como o Clip Paint Studio e a possibilidade de salvar múltiplas planilhas em um arquivos como o Illustrator.
Uma estratégia recente da empresa foi a parceria com a editora Shueisha que publica a revista Weekly Shōnen Jump lar de series como Dragon Ball, Hunter x Hunter, One Piece, Naruto e Death Note pra criar o JUMP Paint, que nada mais é do o MediaBang com uma skin da JUMP.
O programa é leve, os crash são poucos e a ideia de multiplataforma é genial, mas é virtualmente impossível ver isso fazer algum sentido para um profissional da área. Além de que ele peca nos mesmo aspectos dos programas do tipo como Clip e SAI com a sua interface confusa.
Preço: $ (Mas os recursos extras são pagos).
Nota final: 3,0
Dica: Se for para escolher uma versão que seja a da JUMP, pois possui arquivos e links de dicas dos autores famosos da JUMP semanalmente.
9 | Corel Painter (Simulador/Pago)
Corel Corporation (Win/OS X)
Criado originalmente para Mac com o objetivo de tratar e editar materiais em Letraset. O Corel Painter é indiscutivelmente o melhor simulador de arte tradicional do mercado. Tudo o que o Photoshop faz com plugins ele faz nativamente. Capaz de simular superfícies de papeis e técnicas mais complexas como a tinta óleo e a aquarela com certa perfeição.
Infelizmente o Painter sofre com o seu preço e o evidente desconhecimento. O custo do programa é altíssimo para o que ele faz, o leque de opções é limitado no âmbito da edição de imagens. O que faz dele o mais escolhido por artistas digitais e de concept art das grande empresas de jogos… e só.
Não é a toa que as últimas versões vem buscando deixar o programa com mais jeitão de Ps pra tentar alcançar um público maior. Muitos ilustradores sequer sabem que ele existe, mas quem o domina não o troca de forma alguma.
Preço: $$$ (Absurdos R$1.050,00 pela versão Stardard e R$600 para o upgrade de uma versão anterior)
Nota final: 5,0 (pro que ele se propõe)
Dica: O programa possui uma versão de testes de 15 dias. Que são mais do que suficientes para notar suas vantagens e nem pense em usá-lo sem uma mesa gráfica.
10 | Sketchbook (Simulador/Pago)
Autodesk Inc. (Win/OS X/Android/iOS)
O Sketchbook como próprio nome já diz tem a intenção de ser uma grande livro de rascunhos e anotações. Da mesma empresa do AutoCAD ele é diferente dos apresentados até aqui, por não ter a intenção de ser uma plataforma completa de ilustração e edição, mas sim uma plataforma livre e criativa onde todas as ferramentas pra se ter uma boa ideia estão lá.
Tudo muito simples e intuitivo. A qualidade da simulação é boa e os crashs são mínimos. Não tem muito o que dizer dele já que a experiência não é tão ampla como os outros. Para quem não deseja algo com acabamento amplo, é uma boa dica, principalmente para rascunhos, que podem ser salvos em PSD nativamente.
Preço: $$
Nota final: 4,0
Dica: A versão Express é gratuita e pode ser baixada diretamente do site, mas possui recursos limitados.
EXTRA | MyPaint (Simulador/Gratuito)
MyPaint Contributors (Linux/Win/OS X)
Um dos meus programas de ilustração favoritos e por isso entrou como Extra. MyPaint surgiu como uma espécie de MSPaint melhorado. Flertando com programas como o Skecthbook e até mesmo o CorelPainter. Ele é leve, tem interface simples e depois da versão 3.0 ganhou aspectos mais Adobe.
Sua simulação de lápis é uma das melhores dentre todos da lista, porém as de tinta deixam muito a desejar. O tamanho da tela de trabalho é editável e ampliável, tornando a forma de trabalhar os desenhos simples e interativo. Um dos melhores programas do Linux para ilustração.
Preço: $
Nota final: 3,5
Dica: A verão Linux é a mais completa e instável das três, sendo a mais recomendada seguida da Windows.
Tá, mas e cadê o GIMP?
Os mais atentos notaram que o GIMP não entrou nessa lista e não entrou mesmo, por vários motivos. Eu não tenho boas experiências com o programa e achei que dentre todos os apresentados aqui ele é o que menos tem a acrescentar. Você discorda? Comenta ai. Vamos conversar.
Gostou? Então me motive a fazer mais. Comente aqui em baixo o que você achou. Clique umas 50 vezes nas ” 👏” Isso ajuda muito na vizualização.
Compartilhe esse texto com os seus amigos e me siga nas redes socais como: Twitter e Instagram. Eu vou ficando por aqui. Nos vemos no próximo texto. Falou!
Se você não tiver uma conta no Medium, faça uma! É super rapidinho. Você pode usar o seu Facebook, Gmail ou Twitter. Seguir o meu blog e sempre que tiver texto novo você vai ser o primeiro a saber e quem sabe receber as estrelinhas do Chico.