4 dicas para começar a fazer desenhos digitalmente
Escolhendo as suas ferramentas e como digitalizar
Esse é de longe o assunto mais pedido desse blog. Não é a toa que o artigo mais lido aqui é a lista dos 10 melhores programas para colorização digital. Não sabe do que eu to falando? Olha só o link aqui em baixo.
Porém eu nunca tinha me proposto a fazer tutoriais, já perdi parcerias aqui no Medium por acharem que eu não deveria fazer listas e tutoriais, ou dar dicas sobre ilustração e edição de imagens, mas isso mudou. Hoje nós vamos começar o básico do básico de colorização digital. Sendo assim vamos as regras:
(1) Vamos usar o Adobe Photoshop como referência. 80% dos programas de colorização digital usam os padrões do PS como camadas, paletas e modos de mesclagem. Então o que vale pra ele meio que vale pra quase todos.
(2) Usarei os termos em português, não porque acredite em preciosismos ou nacionalismos, pois é importante ajudarmos a criar um vocabulário próprio nosso do universo do Design. Muitos dos termos que usamos são apenas abrasileiramentos dos termos em inglês. Se não houver tradução coerente, usaremos em inglês ou os mais conhecidos. Como scanner que também é conhecido como digitalizador.
(3) Você deve saber que não irei falar sobre configurações de hardware. Nem sempre um computador top de linha vai definir se um bom trabalho será feito. Tudo vai depender de prática e domínio da ferramenta em questão. Eu conheço muitos ilustradores digitais que não se dão muito bem com ferramentas analógicas e vice-versa. Se o ilustrador tiver grande habilidade em uma técnica analógica, como aquarela por exemplo, será quase certo que ele vai conseguir usar bem um programa de simulação de aquarela.
(4) Não basta apenas escolher o programa correto. Se tiver duvidas só olhar o texto onde listei os melhores programas, com todas as suas diferenças.
Quais ferramentas usar?
Acreditem ou não quando comecei nessa de desenho digital eu usava apenas um mouse e selecionava todas as áreas do desenho e coloria com o balde de tinta do Photoshop, algo impensável hoje em dia, mas ainda assim me ajudou muito no começou. Mas ninguém precisa de verdade passar por isso.
As ferramentas mais comuns para se usar na ilustração digital além do computador são a mesa digitalizadora e mesa interativa (existem varias marcas e modelos, mas a mais conhecidas e caras também, são as da Wacom). Também não significa que só existem esses meios. O modelo que irei ensinar nessas três partes é o mais clássico onde você faz o desenho/rascunho no papel, edita a imagem a limpando e por fim aplica as cores. Simples e rápido.
Vamos desenhar?
Bom primeiro de tudo o obvio, você precisa desenhar. Por mais que esse assunto seja um tanto desnecessário, ele não é. Muitos ilustradores tem técnicas diferentes de realizar os desenhos usando lápis especiais. Os mais conhecidos são os azuis ou “non-photo blue” (lápis não-fotogravável). Esse tipo de lápis tem origem nas linhas de produção das animações e quando os fotolitos eram fotografados o rascunho não saia da mesma forma que hoje suas linhas não saem quando o desenho é escaneado. Existem os mais variados tipos e marcas de preços que variam de R$30 à R$ 40 o kit com dois lápis. Se você é um uma pessoa como orçamento apertado [como eu] não precisa exatamente comprar um deles, pode usar lápis azuis claro comum. Se você for cuidadoso e tiver um traço leve isso não será problema. Quer entender mais sobre o uso do lápis azul nos desenhos? Dá uma lida no artigo abaixo do blog Idea Fixa que explica mais sobre isso.
Digitalizando as imagens
Resolvido a questão do desenho, vamos para como você vai digitalizar o seu desenho. Antigamente ou você conseguia um digitalizadora de mesa ou fotografava a imagem com uma câmera digital e sofria configurando tudo no Photoshop. Hoje com o avanço dos smartphones e suas câmeras cada vez potentes e dos inúmeros aplicativos que podem fazer isso, hoje é muito mais fácil e simples digitalizar um desenho, mas vamos começar pelo clássico: escolher uma digitalizadora de mesa.
Se você chegou até aqui. Já notou que uma mesa digitalizadora é uma coisa e uma digitalizadora de mesa é outra completamente diferente?
¯\_(ツ)_/¯
Uma multifuncional, ou uma impressora/digitalizadora/fotocopiadora, é a forma mais simples de se digitalizar uma desenho. Elas são mais baratas, fáceis de usar e fazem bem o que tem que fazer, mas hoje existem disponíveis no mercado digitalizadoras portáteis. Eu nunca tive a oportunidade de usar uma, mas deve facilitar muito as coisas. Mas não tanto quando usar apenas o seu smartphone.
Já o seu smartphone hoje pode ser um grande aliado na hora de digitalizar imagens. Os cincos dos aplicativos acima são os mais utilizados pra se digitalizar documentos em PDF e também são capazes de digitalizar o seu desenho, por mais que precise de um macetinho pra isso. Porém temos que ponderar uma coisa: na prática você AINDA está tirando uma fotografia do seu desenho e isso significa que não dá pra ter a mesma qualidade de um digitalizadora de mesa. Você foi avisado.
O site tecnoblog fez um teste muito completo com todos esses aplicativos e concluiu que o Evernote é o melhor dentre os testados. Veja o artigo e tire suas conclusões.
O mito do 300 dpi
Agora que você está a um passo de digitalizar aparecem as opções e surgem muitas delas. A maior é algo que eu já tinha comentado sobre resolução e DPI (dot por inch) nesse post:
Resumindo muito o que eu digo no artigo acima é o seguinte:
DPI significa “Dots per inch” (no bom português, “ponto por polegada”) que é o número de pontos individuais que existem em uma polegada linear na superfície onde uma imagem é apresentada. E diferente do que a maioria de nós pensamos, menos é mais. Quanto MAIOR a arte realizada MENOS pontos por polegada são necessários. Sendo assim se ela for:
Menor que 1m² ➡ Entre 200 e 300dpi
Entre 1m² e 10m² ➡ Entre 100 e 200 dpi
Maior que 10m² ➡Menos de 100dpi
E em que isso é importante? Simples, muito se fala que se deve digitalizar um desenho no máximo de resolução possível, mas isso é uma tremenda balela. A resolução padrão da internet é entre 72 e 96dpi. Somente caso você planeje imprimir, pode arriscar um 300dpi, mas normalmente isso é desnecessário. Acho que vale testar tamanhos e formatos diferentes já que arquivos muito grandes só servem para dar dor de cabeça nas gráficas e lotar o seu espaço de armazenamento na nuvem.
Agora sim está na hora. Você fez o desenho, decidiu como digitaliza-lo. Está na hora de decidir o melhor formato para salvar o arquivo que ficará no seu computador. Decidir entre PNG, JPEG, BITMAP e TIFF não é facil e precisa de um pouco mais de atenção. Por isso vai ficar pra próxima.
Gostou? Então me motive a fazer mais. Comente aqui em baixo o que você achou. Clique umas 50 vezes nas ” 👏” Isso ajuda muito na vizualização.
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